Finanças após o minimalismo - Minimalismo Organizado

Olá! Já faz um tempo que eu queria muito contar para você como ficou a vida financeira após começar a praticar o minimalismo. Então, resolvi escrever esse artigo para reunir alguns pontos sobre finanças após o minimalismo, pois pode ser um estímulo extra para você começar!

Como já contei várias e várias vezes aqui no Minimalismo Organizado e também no perfil do Instagram, comecei a praticar o minimalismo mais ou menos entre 2015 e 2016 e de lá para cá foram inúmeras as transformações que aconteceram em minha vida.

Passei a não acumular tantas coisas em casa, a manter só o que realmente é útil, faz sentido e me faz feliz, e com isso a forma como administro tudo na minha/nossa vida ficou mais fácil, sejam as escolhas que preciso fazer ou a rotina de manutenção e organização da casa (onde mais senti que organização atrelada ao minimalismo fez toda a diferença!).

Pois então! Na área financeira não foi diferente! Depois que comecei a introduzir os conceitos do minimalismo na prática, a relação com o dinheiro mudou.

Portanto, aqui vou deixar 3 pontos que foram transformados completamente. E logo em seguida, vou contar algumas formas bem simples que você também pode melhorar suas finanças (e não deixar dinheiro na mesa, sabe?).

Primeiro, 3 pontos que mudaram nas finanças após minimalismo

1. Deixei o consumismo

Não vou dizer que foi de um dia para a noite que isso aconteceu. Foi bem aos poucos e acredito que assim será também com você, pois não é tão instantânea a mudança de hábitos que construímos durantes anos e anos de vida. Além disso, tudo que tenha potencial para ser mais duradouro, leva tempo para ser construído. Mudar hábitos também é assim e requer constância de ação para que novos hábitos se estabeleçam.

Assim também é em relação ao hábito de consumo. Tendemos a consumir influenciados por amigos, colegas de trabalho, mídias, influenciadores digital, pela indústria da moda, enfim, somos bombardeados o tempo inteiro pelo “tenha isso e seja feliz”.

Na real, consumir não é o problema, afinal, isso é necessário para a nossa vida. O problema é quando o consumir se torna excessivo, sem um real propósito ou nos fazendo viver com “a corda no pescoço” tentando fechar as contas que nunca batem. Por mais dinheiro que possamos ter, isso acaba sendo uma realidade na maioria dos lares, reforçando a “teoria” da “corrida dos ratos”.

Sendo assim, ter começado a praticar o minimalismo foi essencial para a melhoria da vida financeira. Deixei de gastar dinheiro comprando como “compensação” ou porque “precisava de mais um sapato para variar” ou “só mais uma canetinha fofa”.

Cheguei a ter 50 esmaltes em casa, apesar de ser bem mais frequente fazer a unha com uma manicure em um salão, do que eu mesmo fazer em casa. Já perdi muitos produtos com validade vencida, fora a compra de itens repetidos porque eu nem lembrava mais que tinha comprado um há uns meses atrás. Você se identifica com alguma dessas situações?

Sugestão

Pois então, para não só contar minha experiência, mas também te ajudar a dar um primeiro passo contra o consumir em excesso, vou deixar a sugestão de fazer um desafio financeiro simples.

- - Desafie-se a ficar 1 semana sem comprar nada que não seja extremamente essencial. Como serão apenas 7 dias, sempre que você sentir a tentação de comprar algo, além de analisar se é realmente necessário nesse momento, você poderá esperar terminar o desafio de ficar 1 semana sem comprar. Como são 7 dias, passarão rápido. Talvez você se sinta tão bem que queira estender o desafio por mais 7 dias…de repente, completa 1 mês e você não comprou além do (realmente) necessário.

- - Nesses dias, preste atenção também nos seus sentimentos. Veja qual sentimento está presente quando surgir aquela vontade de comprar. Vale até anotar em um bloco de notas no celular ou na agenda, mas tente mapear os sentimentos que estão envolvidos nessa vontade de comprar.

2. Comecei a prestar mais atenção na qualidade

Prestar atenção mais na qualidade do que na quantidade foi também uma grande mudança nas finanças após o minimalismo. Isso porque, na medida em que passamos a privilegiar melhores escolhas, ainda que elas eventualmente custem um pouco mais, mas que terão uma maior durabilidade, passamos a gastar melhor os recursos financeiros que temos.

Esse ganho é interessante não apenas do ponto de vista individual, mas coletivo, pois, quando compramos menos itens “descartáveis” (como roupas que em pouco tempo de uso estão totalmente desgastadas), e passamos a comprar mais conscientes da durabilidade também, há um ganho sócio-ambiental. Pensar de forma minimalista é também preocupar-se com o coletivo.

E como prestar mais atenção na qualidade, você pode estar se perguntando agora. Pesquisando.

Sugestão:

- - Em relação às roupas, por exemplo, você pode pesquisar marcas que tenham uma preocupação sócio-ambiental, evitar marcas que ostensivamente exploram mão de obra barata (aqui encontramos uma grande dificuldade, para falar a verdade), privilegiar bons artesão, costureiros, negócios locais, pequenos produtores etc.

O mesmo vale para qualquer item: dar preferência a produtores locais sempre que possível, saber esperar um pouco mais para comprar algo que talvez seja “mais caro”, mas que resolverá de forma mais duradoura uma necessidade, do que comprar algo “baratinho”, mas que durará pouco e que logo terá que ser substituído por outro.

Aqui uma observação. Coloquei “mais caro” e “baratinho” entre aspas porque nem sempre o mais barato significa que será algo ruim. O importante é pesquisar referências, pedir informação…e não comprar de forma apressada. Ter paciência para fazer uma boa escolha. Entende?

Vou deixar um exemplo que aconteceu comigo. Eu queria uma cafeteira Moca. Pesquisei e encontrei a marca tradicional dela, mas, achei “caro” (cerca de 160 reais na época). Pouco tempo depois, encontrei no mercado uma semelhante por 30 reais. “Opa! Vou levar!”.

Sabe o que aconteceu? Acabou ficando encostada no armário, pois toda vez que eu tentava usar, ela vazava o café, mesmo seguindo as orientações que busquei na internet. Mesmo que tenha sido “só 30 reais”, foi dinheiro mal gasto, fiz uma compra errada e…não satisfez minha necessidade. Seria mais inteligente ter esperado um tempo, programado a compra, esperar uma promoção da cafeteira “tradicional”…entende onde quero chegar com esse exemplo?

Prestar mais atenção na qualidade é, portanto, uma boa forma de melhorar as finanças após o minimalismo.

3. Passei a gastar mais dinheiro (como assim?)

Pegando o gancho do exemplo da cafeteira que deixei acima, agora que consigo visualizar e analisar melhor as minhas necessidades, consigo comprar melhor, ainda que precise “gastar mais” com determinado item. Além disso, dou preferência por “gastar dinheiro” com experiências que deixarão memórias para mim e minha família. Acredito que esse foi um grande ganho.

A seguir, separei 5 formas bem simples que você pode fazer para melhorar suas finanças (ou pelo menos dar o primeiro passo nesse sentido!).