tempo - como consegue isso
Minimalismo,  Minimalismo Organizado

Tempo – como você consegue isso?

Olá! Esses dias estava por aqui refletindo sobre como conseguir tempo para fazer o que a gente gosta. Afinal, conseguir o ideal de equilibrar trabalho, vida pessoal, desejos que temos e ter tempo para exercer nossa individualidade é um desafio. Por essa razão, estou aqui compartilhando algumas conclusões que cheguei desses dias. Essa conversa é para nós mães.

Contudo, vamos primeiro fazer um exercício. Certo? Imagine como os modelos que você teve na sua infância e adolescência administravam o tempo que tinham. Afinal, desde que o mundo existe e começaram a dividir o dia em 24 horas, essa quantidade é igual para todo mundo.

No meu caso, minha mãe sempre trabalhou fora. E vou usar o modelo feminino, afinal, é com o que me identifico. Ela trabalhava fora, mas nos levava para as aulas extras que tínhamos – no meu caso, piano e inglês e atividade física da escola – Ela tinha ajuda em casa com uma empregada doméstica por um tempo, mas depois não mais e dividíamos os afazeres de casa.

A minha mãe sempre foi muito exigente com limpeza e organização. Para falar a verdade, levou muitos anos da vida dela para entender que não precisaria estar tudo perfeito. Ainda bem que agora ela está mais “relaxada” com esse padrão passado de geração para geração.

Aprendeu a simplificar também.

Esse é o padrão que conheci nos primeiros anos da minha vida. Contudo, esse padrão super exigente com limpeza e organização – até já falei disso antes – fez que com que na vida adulta, buscasse incansavelmente meios de simplificar a nossa casa, nossa rotina, para que, ao invés de ficar escrava de uma casa “perfeita”, estivesse dentro de um mínimo aceitável de limpeza e organização, mas, também, com tempo livre para “ser” mais do que a “mãe-que-trabalha-fora-e-equilibra-pratinhos”.

É importante lembrar também que, de verdade, não tenho lembrança de sentir minha mãe ausente da minha vida, apesar dela trabalhar bastante e só ter parado de trabalhar há um ano. Não tenho essa queixa. Por isso, quando cresci, apesar de ter bem claro a vontade de exercer a maternidade, de estar presente na vida do meu filho, jamais passou por minha cabeça deixar de exercer a profissão que tinha lutado tanto para conseguir. Eu consigo entender que as mães sintam culpa por deixar o filho e ir trabalhar. Consigo, mas não sinto essa culpa.

Eu não sinto culpa por trabalhar

Claro que há situações e situações, claro. Há profissões que de certa forma são mais possíveis de conciliar e outras não. Precisamos ter empatia com todas nós. O que quero dizer é que se você decidir que quer deixar de trabalhar por um tempo para se dedicar exclusivamente a maternidade, você tem todo direito, mas também tem todo o direito de não tomar essa decisão ou de voltar a trabalhar quando sentir necessidade – seja financeira ou emocional.

Sim, porque decidir voltar ao trabalho após início da maternidade não é fácil. Sim, evolve muito o emocional, seja pela “culpa” ou por “não sentir culpa”.

Lembro bem que quando, depois da adaptação na creche, a diretora disse “mãezinha, vá dar uma volta agora a tarde e experimente um pouco ficar longe”, eu fui. Sabia que meu filho estava em um local seguro e bem cuidado – e isso pode ser numa creche ou com uma babá em casa, vai de cada escolha e possibilidade familiar.

Algum tempo depois, comentei isso com uma amiga que também é mãe, que nesse dia deixei e fui andar um pouco em um shopping perto. “Você se sentiu horrível e fútil, não foi?”, ela me perguntou. “Não”, mas de certa forma foi um “não”, na época, constrangedor. Hoje entendo melhor.

Não me senti fútil porque jamais vou deixar de amar meu filho por tirar um tempo para mim. Nossos filhos precisam sentir que nós mães também somos seres que precisam de espaço. Acredito de verdade que isso é importante para a criação deles. Seja para filhos para que entendam e respeitem as escolhas das mulheres, seja para as filhas, para que elas saibam que podem sim, escolher suas profissões sem ter que deixar de exercer a maternidade, se assim quiserem.

Mas, e sobre ter tempo, o que isso tudo tem a ver?

Tudo isso tem a ver com ter mais tempo, pois ter mais tempo ou mais precisamente, “escolher ter mais tempo” passa muito pelas decisões que você toma. Você decide do que poderá abrir mão. E não se engane, você não conseguirá ficar 100% com seu filho. Os filhos crescem. Desde que eles saem das nossas barrigas, começa o processo de separação! Quando escutei isso em um trailler de filme, senti um frio na espinha, mas é pura verdade.

Há uns 2 anos meu esposo comentou: “é engraçado pensar que tem conversas que ele está tendo e que a gente não sabe”. E olha que meu filho ainda está na primeira infância. E isso é verdade, gente! Nossos filhos sempre terão vivências que a gente não vai conseguir estar presente 100%. E isso não quer dizer que não sejamos mães (e pais) presentes. E por mais que você faça um interrogatório quando estiver com as crianças em casa, você não saberá tudo.

Você não saberá tudo deles!

Isso não quer dizer que nossos filhos não sentirão o lar e os pais como porto seguro para onde sempre poderão voltar. Um lar onde exista amor, construção da independência e respeito pela individualidade de cada um, será sempre um local seguro.

Então, quando você, mãe, estiver pensando como “ter mais tempo” para fazer o que você gosta, seja estar mais com seus filhos ou ter momentos “só seus”, pense que essa construção é constante. Ela parte de aceitar que você não tem como dar conta de tudo. Também não precisa ser o tempo inteiro a mãe que está sempre resolvendo todos os perrengues e que ter seu tempo – seja para trabalhar, ir caminhar ou ler um livro – é tão importante para o bem estar seu quanto de toda a família.

Uma mãe feliz consigo mesmo consegue deixar todos a sua volta também mais felizes.

Conseguir ter mais tempo é uma escolha. Começa com organizar a mente. Em seguida,  simplificar as decisões, o ambiente e a rotina! Experimenta! O contrário também pode funcionar!

 

Quem é Kíria Cardoso – Minimalismo Organizado:

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